Sempre gostei de ler e meus filhos sempre me viram com um livro na mão, ou dentro da bolsa. Achava que se educa pelo exemplo, e nesse dia tive a certeza. Estava lendo no quarto e meu filho mais novo, na época com sete anos, tinha acabado de ser alfabetizado e trazia um livro na mochila que tinha emprestado na escola. Era a Arca de Noé, de Vinicius de Moraes. Ele pegou o seu livro, sentou-se na cama do meu lado e disse: mãe, posso participar do seu clube do livro? Eu disse: mas somos só dois. Ele respondeu que dois já podia ser um clube.
Sempre li para eles mas nunca os obriguei a ler. Porque leitura tem que ser por prazer. Tem que vir pra alimentar a imaginação. Deixar fluir as ideias. Nesse dia ele se deitou do meu lado e leu para mim. Que sensação boa. Ele estava se sentindo poderoso. Agora era ele que lia para mim e eu estava emocionada em ver que o mundo mágico dos livros se abria ainda mais para ele.
Eles ainda gostam muito de ler. A leitura sempre facilitou o desenvolvimento e o aprendizado deles na escola, ampliando o vocabulário. Favoreceu a interpretação de texto e o pensamento crÃtico. E o mais importante, trouxe o conhecimento fantástico que só o mundo da literatura pode proporcionar. Dias atrás estávamos conversando sobre leitura e o mais velho perguntou se quando eu lia as vozes dos personagens mudavam. Ainda bem que a leitura pode nos levar por mundos fantásticos, onde tantas vozes podem morar dentro deles.
Camila Martins de Oliveira tem 45 anos e três filhos lindos. Nasceu na cidade de Carlópolis e adotou a cidade de Curitiba como dela. É diretora de um Centro Municipal de Educação Infantil e ama ser profissional dessa faixa etária, onde seus sonhos se realizam. Cursou Pedagogia e é especialista em PolÃticas Educacionais pela UFPR. Adora ler, mas lê menos do que gostaria.
