Lembro das histórias que meu pai contava quando eu era criança. Recordo também dos livros que ele me dava de presente. O amor pela leitura nasceu naquela época e foi fator decisivo para que hoje eu me tornasse escritora. E sabe por quê? Porque essas ações trazem uma carga afetiva, aquela sensação de vínculo entre o contador/leitor de histórias e aquele que ouve e imagina o cenário e os personagens. Daí a ser frequentadora assídua da Biblioteca Pública foi um passo apenas. Lá, li todos os contos dos Irmãos Grimm e Andersen.
É claro que repeti as mesmas ações com meus filhos. Nossa casa sempre teve livros espalhados, e a hora da história era insubstituível. Obras como “O rei bigodeira e sua banheira, de Audrey Wood” e “A velhinha que dava nome às coisas, de Cynthia Rhylant” foram lidas e relidas muitas vezes. A história dos três porquinhos nas mais diferentes versões foram repetidas incansavelmente. Inventei histórias só nossas, tendo como protagonistas porquinhos e formigas que tinham as mesmas ações que meus filhos. Eles se identificaram.
Posso afirmar que ler além de trazer inúmeras aprendizagens é um ato transformador, nos leva à reflexão, traz um misto de emoções e sentimentos, abre portas de mundos diferentes, é mágico.
“É fundamental considerarmos também que contar histórias não é só para quem ainda não é leitor fluente. Ouvir e contar histórias, sem o suporte de um livro, é uma arte sem idade. Uma atividade ancestral, uma herança milenar de nossa humanidade. Colocar-se em roda, sentando-se confortavelmente para partilhar histórias, é algo que pode estar presente na escola desde o ensino infantil até o médio.” Literatura Infantil: reflexões e práticas