Ode ao inverno - Fernanda Miranda
- Rozz Messias
- 30 de ago. de 2020
- 1 min de leitura
CANTO I - FRIEZA SOMBRIA
*
Oh, Inverno! Pungente e gélido Inverno!
Venha salvar-me deste medíocre inferno!
Traga vossas nuvens cinzentas e céu sombrio
Ouça meu chamado,
envolve-me com teu vento frio
Oh, impávido Inverno! Toma-me!
Que o calor do sol nunca te dome!
*
Teu gelado toque em minha pele,
traz-me arrepios
Por que faz-me esperar-te tanto?
Eu lhe evoco ao seguinte desafio…
Traga contigo as baixas temperaturas
e da neve a brancura
Faz o sangue me gelar nas veias
sem pudores ou candura
*
Aconchegante sensação das noites invernais
Traz o gelo criado pela beleza única de teus fractais
Toma meu corpo quente em teu frio terrível e consolador
Pois pior é o gelo no coração dos homens onde já não há amor
*
Elegante e verdadeira se faz vossa frieza
Toma-me o calor e a vida com sutileza
Gélida e soturna, tal qual tua própria natureza
Eternamente a espalhar terror e leveza
*
Venha com teu poderoso frio me acalentar
Beijar friamente minha cálida pele até arrepiar
E consumir-me por inteiro friamente, até me matar
Eis-me aqui querido Inverno…ávida, à vos esperar
Fernanda Miranda - Nanda Scarllat mora no Rio de Janeiro e declara escrever com sentimentos, pois de outro modo não conseguiria. Costuma sempre usar a escrita para se esvaziar de paixões, medos, incômodos e conflitos. Tem interesse em mitologia e profundo amor por música alternativa e poesia -- as quais costuma buscar até nas coisas mais banais... É fascinada por tudo que seja feito com alma.

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